Duas pessoas que andam de lugar em
lugar levando consigo objetos revestidos de afetos e carregados de memórias,
pela simples necessidade de lembrarem suas identidades: de onde vieram, quem
são, o que buscam...
Ficha técnica
Direção:
Sandra Vargas
Atuação:
Jô Fornari e Laércio Amaral
Dramaturgia:
Sandra Vargas, a partir de relatos de Jô Fornari e Laércio Amaral
Cenário e
adereços: Sueli Andrade
Cenotécnico: Agnaldo Souza
Trilha
sonora: Guilhermo Santiago
Iluminação:
Luis André Querubini. Adaptação de luz: Flavio Andrade
Figurinos:
Marlon Zé
Designer
gráfico: Daniel Olivetto
Operadora
de som: Laura Osório
Operadora
de luz: Aninha Marcoliva
Produção:
Laura Osório e Jô Fornari
Recomendado
para público acima de 10 anos
Duração:
1h20mn
Publico limitado:
40 lugares
Sobre
o (des)pertencer
Somos uma
construção elaborada com frágeis tijolinhos de lembranças, tingida por
sentimentos às vezes nobres, às vezes patéticos, essencialmente humanos.
Ser ou
pertencer a um lugar, a angústia da inadequação e algumas de nossas memórias
foram as inquietações que nos moveram a adentrar nesta montagem. Estas
mesmas inquietações se transformaram nos impulsos que estabeleceram a dramaturgia do espetáculo, criando
uma composição entre objetos e lembranças guardadas desde sempre.
O
imigrante que sai de sua terra em busca de melhores horizontes; a pessoa que
sai do interior na direção do sonho da cidade grande; o impulso de viajar e
conhecer o mundo, pessoas e lugares; o sentimento de inadequação; o distanciamento
e a saudade da terra, do lugar de origem, das próprias raízes.
"Todo poeta dos móveis – mesmo um poeta em sua casinha, um poeta sem móveis – sabe instintivamente que o espaço interior do velho armário é profundo. O espaço interior do armário é um espaço de intimidade, um espaço que não se abre à toa." Bachelard
Sobre a direção
“- A Cia
Andante me convidou para a construção de um projeto que falaria de
despertencimento. Começamos pelos objetos: pedi aos atores para trazerem os
objetos que quisessem para o ensaio. Para minha surpresa, Jô tinha objetos
guardados desde a sua infância até os dias de hoje. Ali estava toda uma vida,
que foi se revelando humana e sensível, um mundo que para mim era desconhecido
e ao mesmo tempo com o qual eu me identificava profundamente pelo aspecto
humano.
Laércio,
que inicialmente não estaria em cena, acaba entrando no processo, pois as
memórias de Jô despertaram as suas memórias de uma maneira delicada e poética.
Buscamos,
então, que as histórias se entrecruzassem.
Neste
processo pudemos experimentar o objeto como portador de memórias afetivas, onde
o que havia de mais importante na sua utilização não era a manipulação e sim o
que ele despertava nos atores.
Assim, o
despertencimento aparece como uma questão que é de todos nós, e que revela uma
fragilidade que buscamos esconder, mas que é dela de que somos feitos.”
Sandra Vargas
Começa o espetáculo...
"- Eu nasci numa cidade bem pequenininha, chamada São Domingos. Aos 16 anos eu fui embora de lá, eu passei boa parte da minha vida indo de um lugar para o outro, um lugar para outro..." Texto da personagem Mina.
Espetáculo dedicado à memória do Velho Puga e de todos nossos
antepassados.
FRÁGIL.
CONTÉM MEMÓRIAS.